segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Seca.
Amarga por tras de um sorriso, e em compasso de espera.

Sempre a espera.

E aí secou.

Com o encanto do jeito galante, e alegrote, forrou a tristeza e a indiferença vital, de nao ter o suor a aflorar, a saliva a escorrer, a respiração entrecortada.
Seca sem entender o abandono, o desinteresse.
Em pulsadas de ânimo entendia tudo, colocava em circunstancia, mas se nao a fazia chorar mais, secava-a mais.

A raiva tambem se tinha secado. Até a dor aguda tinha mirrado como uma passa seca, e ja só estava aí: presente.
O desafio do olhar servia para fazer sombra do ardor do desejo, e mitigar o secar da alma. A altivez da voz era a brisa que nao deixava a imaginação quebrar.

Um monumento a um despojo.

Seca. e sem saber porque.



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