Por cada minuto vivido, houve tantos outros expirados. Num segundo, o mais audaz do meu ser foi tomado como a terrível vivência de não ser mortal. O facto de ser um ser pouco comum, deixou um rasto avassalador na minha consciência, dito em palavras frias e ternas.
A admirável diferença era, então, o que me acercava do abismo. Aquele abismo onde, ao olharmos para trás, percebemos que estamos sós. Uma clausura vítrea onde olhamos o exterior sem sermos alcançados.
Eternamente neste devir de inquietude que nos impõem, explicamos o nosso estar e, num cansaço limítrofe damos o ultimo e sôfrego suspiro de alento. Como um grito de socorro e ao mesmo tempo de auxilio. Porque nunca, nem por um momento, deixamos de servir.
E nesse devir paradoxal, ficamos manietados pela quietude do desprezo e da distancia.
assim percebemos que não fomos ninguém, porque não somos mortais.
Nós, os diferentes.
Alguém compreenderá? Quem compreende, admira. Quem admira, recusa.
Sempre só e errante vai a diferença.
E a diferença reside no sempre acreditar, e alimenta-se na persistência. Acredito ainda que há um minuto, em que o desejar é tão forte, que todo o universo roda noutra direcção. Algo ficará para trás, algo se perderá, e haverá sempre um sabor que não sucumbiu ao paladar.
Haverá sempre um desejo por realizar. Esse fugaz equilíbrio salva-nos da insanidade.
Por cada minuto vivido, houve tantos outros expirados.
Amy Winehouse - Back To Black
Há 6 anos
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